Hoje atuamos num espectro que vai desde os recursos filantrópicos, numa lógica de fomento, até os mecanismos financeiros de impacto, com expectativa de retorno financeiro, como mostra a figura abaixo.
Os negócios e os mecanismos financeiros de impacto do Fundo Vale são fundamentados em quatro critérios, referenciados segundo a Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto:
1) Intencionalidade de resolução de um problema social e/ou ambiental.
2) Solução de impacto é a atividade principal do negócio.
3) Busca de retorno financeiro.
4) Compromisso com monitoramento do impacto gerado.
Dentro desses critérios e ao longo do espectro de possibilidades de mecanismos financeiros inovadores, o Fundo Vale se propõe a prototipar soluções financeiras inovadoras com possibilidade de escala futura. A estratégia de mecanismo financeiro pode ser implementada por meio de instrumentos financeiros que adotam modelos híbridos entre filantropia e capital catalítico, conhecidos como blended finance.*
*Capital híbrido (ou blended finance) é uma composição entre capital filantrópico e mecanismos financeiros de impacto originado de várias fontes, como empresas, agências multilaterais, investidores tradicionais ou ainda governo. O modelo permite que a relação entre risco, retorno e impacto seja mais bem ajustada em razão da característica do negócio de impacto socioambiental investido. Desde 2017, o Fundo Vale vem estudando e experimentando esses mecanismos financeiros híbridos e fez em 2020 seus primeiros aportes reembolsáveis.
Nossa estratégia de longo prazo em mecanismos financeiros inovadores de impacto busca ampliar o aporte do Fundo Vale nesse tipo de ativo. Além disso, a a alocação de recursos é orientada por parâmetros do ecossistema de impacto e priorizada pela gestão e mensuração, peças fundamentais nesse processo.
Idealizado pelo Instituto Conexsus, o fundo catalisa mecanismos financeiros para negócios comunitários associados a cadeias de valor que melhoram o uso da terra e evitam o desmatamento. A primeira oferta de recursos, lançada em 2020, foi a Linha de Crédito Emergencial, que teve como finalidade atender aos empreendimentos comunitários da agricultura familiar e do extrativismo afetados economicamente pela pandemia da Covid-19. A linha operou nas seguintes condições: faixas de crédito de R$ 50 mil a R$ 200 mil; uso de recursos para capital de giro ou aval para acesso ao crédito Pronaf; organizações com faturamento anual a partir de R$ 1,2 milhões; taxa de juros de 6% a.a.; até 12 meses de carência; e reembolso em 24 meses. Até o final de 2020, R$ 6,5 milhões foram concedidos em financiamento a 84 negócios comunitários. Além disso, os beneficiados receberam um pacote de benefícios não-financeiros, como mentorias, assessorias e ações para conexão em rede e acesso a mercados, dentro do Plano de Resposta Socioambiental ao Covid.
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