Com participação viabilizada pelo Fundo Vale, a Aliança pela Restauração na Amazônia colaborou ativamente, pautando temas relevantes à agenda da restauração ambiental
A 5ª Conferência Brasileira de Restauração Ecológica, promovida pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE), reuniu especialistas, organizações e lideranças indígenas de diversas regiões do Brasil entre os dias 8 e 12 de julho de 2024, em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Considerado o maior evento do país dedicado à restauração ecológica, o evento trouxe à tona discussões essenciais sobre metodologias inovadoras, políticas públicas e estudos de caso.
Na ocasião, a Aliança pela Restauração na Amazônia promoveu uma reunião de membros, na qual Marcelo Ferronato, coordenador do Conselho de Coordenação Estratégica (CCE), abordou estratégias para a COP 30. Ferronato destacou a importância de engajar diferentes atores da cadeia de restauração, incluindo médios e grandes proprietários rurais, e de ampliar o foco para a biodiversidade e serviços ecossistêmicos promovidos na restauração. A organização participou ativamente da Conferência em três sessões de debates e manteve dois estandes onde ocorreram diálogos e troca de informações sobre suas ações no bioma amazônico.
Cerca de 50 indígenas de diversas regiões do Brasil se reuniram para discutir a restauração de ecossistemas utilizando sabedoria ancestral. Rodrigo Freire, secretário-executivo da Aliança e líder de áreas privadas da Amazônia Brasileira na The Nature Conservancy, destacou a importância dos povos indígenas como fornecedores de sementes e mudas para restaurar áreas degradadas fora de territórios indígenas. Ele enfatizou a necessidade de políticas públicas que facilitem, de forma deburocratizada, a coleta de sementes, promovendo a geração de renda para as comunidades locais.
A conferência também destacou a importância da ciência e da tecnologia na restauração de áreas degradadas. Especialistas discutiram novas técnicas e abordagens, como o uso de drones para mapeamento e monitoramento de áreas, a aplicação de bioinsumos para melhorar a qualidade do solo e o desenvolvimento de bancos de sementes para acelerar o processo de recuperação e promover a sustentabilidade dos ecossistemas restaurados a longo prazo.
Políticas públicas que podem ser desenvolvidas e implementadas para apoiar a restauração ecológica em larga escala também foram debatidas. Os diálogos focaram no papel do governo na facilitação de parcerias público-privadas, na alocação de recursos financeiros e na criação de incentivos fiscais para projetos de restauração.