A história do Fundo Vale caminha junto ao desenvolvimento e fortalecimento de um ecossistema de negócios de impacto socioambientais, com foco em uma economia sustentável, justa e inclusiva. Criado em 2009 e, desde 2010 presente na Amazônia, o Fundo completa 14 anos de fomento à sustentabilidade e celebra a contribuição de mais de R$ 269 milhões aportados, 105 projetos fomentados e 324 negócios de impacto socioambiental positivo acelerados até 2022.
Foram muitas conquistas e desafios até chegar aqui. Criado e mantido pela Vale como veículo de investimento social privado, hoje o Fundo Vale revela um cenário em que o impacto positivo socioambiental não é mais uma aspiração, e sim uma premissa para a existência dos negócios.
Acreditamos em modelos colaborativos, através de parcerias, e pensamos em estratégias interconectadas, vinculando resultados ambientais, sociais e financeiros. Mais que negócios, queremos impactar vidas. Somos feitos de pessoas, uma rede que integra soluções inovadoras para manter e valorizar a floresta em pé e cuidar de sua regeneração. Gente que acredita em mudar o mundo de verdade, que constrói oportunidade, impulsiona ideias, se conecta com a terra, gerencia riscos, mobiliza recursos financeiros e desenvolve mecanismos para mensuração dessas ambições.
Muito prazer, somos o Fundo Vale!
Conheça um resumo da nossa trajetória:
Lançamento da Política de Sustentabilidade da Vale e criação do Fundo Vale.
Financiamento não-reembolsável de projetos aliando políticas públicas ambientais, conservação, monitoramento, recuperação florestal e desenvolvimento de cadeias produtivas da sociobiodiversidade.
Começo da nossa atuação na Amazônia, quando o desmatamento ilegal vinha em queda histórica. A perspectiva era aproveitar o bom momento para catalisar desenvolvimento. Na época, trabalhávamos no modelo tradicional de filantropia, com a implementação de três programas: Municípios Verdes, Monitoramento Estratégico e Áreas Protegidas e Biodiversidade.
Desenvolvemos iniciativas pioneiras, como o fomento à uma pecuária mais sustentável na Amazônia; cadeias produtivas e sistemas agroflorestais; manejo florestal responsável em unidades de conservação; reservas extrativistas e terras indígenas e aceleração de negócios de base comunitária, tecnológica e de impacto socioambiental.
Vale ressaltar os projetos Selo Origens Brasil (em parceria com Imaflora); Rede de Sementes do Xingu (em parceria com ISA); Programa Novo Campo (Instituto Centro de Vida). O apoio à agenda indígena, se deu na melhoria de renda e qualidade de vida desses povos, junto aos Suruís (com a Ecam – Equipe de Conservação da Amazônia), no Parque Indígena do Xingu – PIX (com o Instituto Socioambiental – ISA) e no desenvolvimento de uma política pública no Acre para pagamento por serviços ambientais aos povos indígenas (com a Forest Trends). Temas que estão em alta hoje e que o Fundo Vale já apoia há algum tempo.
Também aportamos recursos em desenvolvimento institucional de organizações socioambientais, assistência a empreendedores e comunidades locais, projetos e tecnologias, provas de conceito e apoio a políticas públicas, fóruns de discussão e articulação política, criação de modelos de governança e diálogos intersetoriais.
No período, promovemos encontros entre os parceiros e oficinas, assinamos protocolos, participamos de redes e fechamos parcerias com instituições de pesquisa, governos, ONGs e startups, aliando conservação e recuperação ambiental à melhoria da qualidade de vida por meio de uma nova economia.
A partir das oficinas Negócios Sustentáveis na Amazônia, realizadas em Brasília e São Paulo, começamos a conectar esses dois mundos: o de investimentos e negócios de impacto ao da conservação ambiental.
Participamos e apoiamos diferentes iniciativas de produção de conhecimento, comunidades de aprendizagem, eventos e conexão, com diferentes atores desses dois ecossistemas, buscando promover a troca de experiências. Entre elas: Fundações e Institutos de Impacto (FIIMP), Latimpacto, Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE) e Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, em parceria com o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE).
A partir desse ano, experimentamos novos formatos de atuação e incentivamos ações, como o apoio ao Programa de Aceleração da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA); e o Desafio Logística e Comercialização dos Produtos da Sociobiodiversidade, em parceria com a Climate Ventures, com o objetivo de buscar soluções inovadoras para barreiras logísticas e comerciais. Também apoiamos a criação do Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus), apoiando sua primeira ação, o Desafio Conexsus, primeiro mapeamento de negócios comunitários do Brasil e ações para fortalecer o ecossistema de negócios florestais e rurais sustentáveis.
A Vale assumiu o compromisso voluntário de proteger e recuperar 500 mil hectares de florestas além das suas fronteiras. Por conta dos 10 anos de experiência, o caminho natural foi participarmos ativamente da implementação da Meta Florestal 2030 da Vale, uma das maiores iniciativas voluntárias de recuperação de áreas atualmente em curso no país. Criamos então, a estratégia que une recuperação e proteção a uma economia de baixo carbono. Assumimos o desafio de propor uma abordagem alternativa à execução dessa meta, por meio de iniciativas inovadoras de natureza comercial que contribuam para a ampliação dos impactos positivos sociais e ambientais. Assim, na frente de recuperação, fomentamos e investimos em negócios de impacto socioambientais, preferencialmente com modelos de Sistemas Agroflorestais (SAFs), que promovem impactos positivos relacionados ao uso da terra e um equilíbrio atraente entre risco, retorno e benefícios socioambientais para recuperar, pelo menos, 100 mil hectares de áreas até 2030.
Ao aproximarmos dos nossos 10 anos de existência, identificamos a necessidade de revisar nossa estratégia e estabelecer metas de longo prazo, dando ainda mais transparência a nossa forma de gestão. Reunimos, então, parceiros, especialistas, lideranças da Vale e nosso time para organizar os saberes e aprendizados construídos na nossa jornada e discutir tendências futuras na agenda socioambiental. Assim nasceu a Teoria de Mudança 2030 do Fundo Vale, um conjunto de princípios, estratégias, resultados, impactos positivos e compromissos que orientam como nossos recursos serão alocados, mantendo o propósito da organização e o foco no fomento e investimento em negócios que impulsionem uma economia mais sustentável, justa e inclusiva.
A partir de então, além de fomentar iniciativas, ajudamos a destravar o acesso a recursos financeiros e aos mercados por esses empreendedores e oferecemos ferramentas de gestão mais eficientes e inovadoras por meio de programas de aceleração. Aprendemos e experimentamos novas formas de aporte de recursos, com e sem retorno, e aprofundamos o conhecimento sobre novos conceitos do campo, entre eles o blended finance ou o venture philanthropy.
E olhando para ideias que pudessem resolver os principais gargalos para dar escala aos Sistemas Agroflorestais (SAFs), motivados por nosso trabalho na Meta Florestal Vale 2030, lançamos o Desafio Agroflorestal: primeira iniciativa de inovação aberta do Fundo Vale. Fruto de uma parceria com a Reserva Natural Vale e a aceleradora TroposLab, o desafio mapeou 130 ideias inovadoras, recebeu 69 inscrições de todo o Brasil, pré-acelerou 15 startups, das quais seis foram aceleradas. Entre elas, a Inocas, que faz parte do portfólio de negócios da Meta Florestal 2030 da Vale.
Nesse ano, marcado pela chegada da pandemia mundial do Covid-19, apoiamos a elaboração de um Plano de Resposta Emergencial à Covid-19, em parceria com a Conexsus para atender às necessidades mais urgentes dos negócios comunitários da agricultura familiar e extrativismo durante a pandemia do coronavírus. Por meio de uma Linha de Crédito Emergencial, ofertamos acesso a crédito de forma rápida e com juros e prazos adequados à realidade desses negócios.
Continuamos a jornada delineada para 2030, com foco no alcance dos resultados previstos para 2025. Desenvolvemos uma Teoria de Mudança específica para o componente de recuperação de áreas através de negócios agroflorestais da Meta Florestal 2030 da Vale visando direcionar as estratégias de implementação e a atuação direta nos negócios apoiados. No ano, recuperamos 5.125 hectares por meio de negócios de impacto.
Elaboramos um Plano de Negócios REDD+ que analisou mais de 60 oportunidades por meio de uma rigorosa metodologia que combina impacto socioambiental positivo com estratégias de negócios olhando para os objetivos da Vale. Também incubamos o Hub de Carbono, que combina diferentes estratégias de desenvolvimento de projetos próprios, investimento em novos negócios, novas tecnologias e compra e venda de créditos de carbono no mercado, de acordo com as necessidades da Vale, geração de externalidades positivas e contexto de mercado.
Contribuímos para o fortalecimento de um ecossistema de impacto positivo na bioeconomia, aportando R$ 10 Milhões em fomento, R$ 40 Milhões em investimento, e ajudando a atrair outros investidores, além de engajar atores estratégicos para que estes negócios prosperem, e o capital inicial retorne para ser reinvestido em novos projetos e negócios, gerando um ciclo virtuoso.
Avançamos na construção das bases para o GIMPACT, modelo de gestão e mensuração dos impactos socioambientais das iniciativas apoiadas, que segue referências mundiais do venture philanthropy e do impact investing (investimento de impacto, na tradução livre).
Ainda nesse ano, em parceria com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e a Microsoft, apoiamos a criação da PrevisIA, uma ferramenta que usa Inteligência Artificial para prevenção e controle do desmatamento da Amazônia. Seu objetivo é antecipar informações de regiões com maior risco de desmatamento para implementar ações preventivas.
Além dos programas de aceleração realizados em parceria com a AMAZ Aceleradora de Negócios, com o Instituto Conexsus e na Jornada Amazônia, desenvolvemos um programa de aceleração da Meta Florestal da Vale 2030 para enfrentar o desafio de desenvolver negócios de impacto regenerativos em escala. Este, realizado para os 5 negócios do portifólio em 2022, pela Fundação Certi e Darwin Startups, com o objetivo de fortalecer iniciativas que pudessem escalar a sua solução.
Todas as experiências e aprendizados que tivemos com diferentes formatos de investimentos resultaram na incubação e estruturação de uma spin-off do Fundo Vale, em estruturação em 2023. Ela será responsável pelas frentes de investimentos de impacto com expectativa de retorno financeiro.
Entre inúmeros projetos, destacamos a parceria coordenada pelo Fundo Vale e Grupo Algar, em que fizemos a primeira compra de crédito de carbono florestal de alta integridade para proteger 50 mil hectares da Amazônia.
Na frente de fomento, apoiamos o lançamento da Calculadora de Impacto Climático para Florestas e Uso do Solo, desenvolvido pela Climate Ventures, junto com a WayCarbon. A ferramenta permite fazer o cálculo do impacto climático da restauração/proteção florestal e práticas agrícolas mais sustentáveis, entendendo o impacto de cada negócio frente a suas emissões ou sequestro de carbono.
Em parceria com CocoaAction e seus parceiros, o Fundo Vale apoia ações estratégicas da agenda cacau, buscando junto a iniciativas e associações voltadas para produtores, a fim de criar diálogos com o setor público para entender como estruturar novos projetos que melhorem a qualidade de vida das pessoas que trabalham nesse mercado.
A fim de impulsionar discussões e ações sobre negócios de impacto positivo socioambiental dentro do mais relevante hub de inovação da América Latina, em 2023 o Fundo Vale se torna mantenedor do Cubo Itaú. O objetivo é atuar como agente dinamizador da pauta de impacto socioambiental positivo dentro do ecossistema de inovação nacional para fortalecer as agendas de floresta, clima e bioeconomia.
No intuito de fomentar o ecossistema de negócios de crédito de carbono florestal, e contribuir com a agenda da Vale de se tornar carbono neutra até 2050, em parceria com o Quintessa (aceleradora de negócios de impacto), o Fundo Vale lançou o programa de aceleração Desafios Floresta & Clima – Edição Carbono. Com parceiros estratégicos como o Cubo (Itaú), Ecosecurities, Instituto Ekos Brasil, Irani, KPTL e Suzano Ventures, a chamada recebeu 239 inscrições, sendo 5 startups selecionadas pra fase de Aceleração.
Neste ano foi iniciada a operação da Plataforma Jornada Amazônia. A iniciativa, idealizada pela Fundação Certi, tem financiamento do Fundo Vale, Itaú, Santander e Bradesco. O objetivo é estimular um ecossistema pujante de negócios inovadores e escaláveis da bioeconomia na Amazônia, promovendo a competitividade da floresta em pé, tanto protegida como restaurada. O projeto espera alcançar em 3 anos: 20 mil talentos empreendedores mobilizados; 200 startups de impacto para a floresta criadas; 100 startups qualificadas/aceleradas; 30 startups investidas com smart Money; 10 testes de modelo desenvolvidos junto com indústrias para que atuem como clientes, codesenvolvedoras ou coinvestidoras de startups das cadeias sustentáveis da floresta; 10 mecanismos locais estratégicos fortalecidos para dinamização do ecossistema de empreendedorismo inovador, promovendo a bioeconomia como indutora da competitividade da floresta.
O Fundo Vale é onde a bioeconomia acontece. Daqui, seguimos nos articulando para contar novas histórias de impacto positivo e decidir para a nossa comunidade e meio ambiente, um futuro diferente.