Conheça o “Alimentação Nature Positive na COP30”, da Associação de Negócios de Sociobioeconomia (Assobio)
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Em 2025, Belém será sede da 30ª Conferência do Clima da ONU, a COP30, uma oportunidade histórica para colocar a Amazônia no centro da discussão global sobre sustentabilidade e novas práticas. Uma iniciativa inédita da Associação de Negócios de Socio–bioeconomia (Assobio), apoiada pelo Fundo Vale, está atuando para viabilizar o projeto Alimentação Nature Positive na COP30, que busca possibilitar que os alimentos servidos no evento sejam provenientes de modelos de produção de baixo carbono e da socio–bioeconomia amazônica.
“Queremos mostrar na COP 30 que a alimentação consciente e comprometida com o meio ambiente também é um ato de apoio ao produtor e ao consumidor final. Nossos empreendedores consomem matérias primas da bioeconomia de diversas regiões protegidas nas Amazônia. Isso demonstra nosso compromisso com a natureza e a economia local, e a conferência será uma ótima oportunidade de trazer esse assunto para que mais pessoas possam conhecê-lo”, disse Paulo Reis, presidente da Assobio.
A proposta é servir, durante a conferência, alimentos agroecológicos, oriundos de pequenos e médios produtores e comunidades tradicionais, cujos modelos de produção preservam a biodiversidade e a conservação da floresta em pé. A alimentação vista dessa forma será novidade e um diferencial na COP de Belém.
“No Brasil, 73% das emissões estão ligadas ao uso do solo, produção agropecuária e desmatamento. Queremos demonstrar que é possível promover uma alimentação que preserve a biodiversidade e valorize as culturas amazônicas. A nossa realidade na região é de populações tradicionais, extrativistas, indígenas e ribeirinhos que estão produzindo alimentos ao seu modo. Por isso, queremos debater a melhor forma de fortalecer, financiar e dar assistência técnica a esses produtores”, explicou Paulo.
Desafios e oportunidades
Apesar de ser conhecida pela rica gastronomia, Belém enfrenta o paradoxo de consumir grande parte dos alimentos vindos de outros estados sem ter ainda um plano que foque na alimentação sustentável e incentive a relação mais próxima com o produtor local. Essa dependência reflete os desafios estruturais da região, como a logística deficitária e a falta de políticas públicas que incentivem a produção sustentável.
Entre os desafios do projeto, estão a necessidade de melhorar infraestrutura logística, oferecer assistência técnica e integrar políticas públicas que incentivem a produção sustentável e reduzam o uso de agrotóxicos.
“A cadeia de produção, distribuição, comércio e consumo de alimentos sustentáveis em Belém ainda não está bem estruturada. Os pequenos produtores locais precisam de assistência técnica e recursos, e a logística é um ponto crítico. Além disso, há uma baixa demanda local por alimentos sustentáveis em restaurantes, hotéis e supermercados, e as políticas públicas estão fragmentadas entre os governos federal, estadual e municipal. Com o projeto, pretendemos acelerar a resolução desses problemas”, explica Paulo Monteiro, presidente da Assobio.
A iniciativa Alimentação Nature Positive, que conta com o suporte dos Institutos Regenera e Comida do Amanhã, pretende fortalecer a produção local ao conectar pequenos produtores e comunidades tradicionais às oportunidades de mercado geradas pela COP30.
“A COP 30 é uma oportunidade singular para mostrar ao mundo a importância do fortalecimento da sociobioeconomia e de práticas produtivas sustentáveis e regenerativas na Amazônia para reduzir as emissões. Acreditamos que será um diferencial marcante da conferência”, afirmou Márcia Soares, gerente de Parcerias e Amazônia do Fundo Vale.
O legado para a Amazônia
A iniciativa promete deixar um legado significativo para a Amazônia, transformando a região em um modelo econômico de impacto socioambiental positivo. A expectativa é que a conferência impulsione a socio–bioeconomia local, com a adoção de alimentos agroecológicos em compras públicas, como merendas escolares e na oferta de mercados, hotéis e restaurantes. Além disso, a governança entre produtores pode ser fortalecida e as estruturas logísticas e de distribuição criadas para o evento continuarão beneficiando a economia local.
Metodologias serão implementadas para monitorar os resultados e garantir que o legado seja duradouro. A ideia é que os aprendizados de Belém sirvam de exemplo para outros eventos internacionais, consolidando a Amazônia como referência global em sustentabilidade e alimentação consciente.
Sobre a ASSOBIO
Formada por 75 associados em diferentes segmentos, a Assobio é uma instituição representativa que visa promover negócios sustentáveis que têm sua cadeia produtiva relacionada com a região amazônica, integrando aspectos socioeconômicos e ambientais. Fundada com o objetivo de fomentar práticas empresariais responsáveis, busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do ecossistema amazônico e o bem-estar das comunidades locais.