Fundo Vale lança publicações sobre o mercado de carbono destinadas a agentes da área e a pequenos produtores rurais
Com o objetivo de disseminar o “Carbono de Impacto” — uma abordagem para o mercado de carbono que inclui Soluções Baseadas na Natureza (NBS) para a recuperação da biodiversidade e a geração de benefícios sociais e econômicos para as comunidades locais — o Fundo Vale lança o estudo “Negócios de Carbono Agroflorestal – Mercado, Soluções e Desafios”. Fruto do programa “Desafios Floresta & Clima – Edição Carbono”, o estudo fomenta soluções para a geração de créditos de carbono de alta integridade. Outra publicação, “Do Campo ao Carbono – Uma Cartilha para Pequenos e Médios Produtores”, orienta esse público para a adoção de práticas sustentáveis e como acessar o mercado de carbono.
O conceito de Carbono de Impacto incorpora, de maneira inovadora, o resultado de um investimento que catalisa o desenvolvimento socioeconômico e ambiental local, visando à geração e à distribuição equitativa, igualitária e justa de benefícios. Nesse contexto, está inserida a noção de um mercado de carbono de alta integridade com créditos de carbono que incluem os oriundos de áreas recuperadas por sistemas sustentáveis.
“A redução das emissões ou o sequestro de carbono vai além da mitigação climática, porque olha para o crédito de carbono com todos os seus cobenefícios, observando as cadeias produtivas, o desenvolvimento das comunidades, a geração de renda e trabalho, a biodiversidade etc., tangibilizando, para além do benefício climático, o social, ambiental e econômico”, explica Helio Laubenheimer, especialista em Carbono da Vale.
O estudo “Negócios de Carbono Agroflorestal” explora a evolução do mercado de carbono, desde o Protocolo de Kyoto até o desenvolvimento dos mercados regulados e voluntários. O material mostra como o Brasil tem avançado na criação de seu próprio mercado regulado de carbono, com a expectativa de um sistema cap-and-trade, que estabelece metas obrigatórias de redução de emissões. O material também explica as diferenças entre o mercado regulado, que impõe metas compulsórias para empresas, e o mercado voluntário, que permite às organizações compensarem suas emissões adquirindo créditos de carbono com mais flexibilidade.
Além disso, o estudo apresenta uma visão ampla do ecossistema de carbono, destacando os principais atores envolvidos, como desenvolvedores de projetos, certificadoras, investidores e organizações de apoio. A análise também traça o perfil dos empreendedores do setor agroflorestal de carbono, apontando a predominância masculina e a concentração de soluções no Sudeste, com destaque para o crescimento do setor na região Norte, especialmente no Pará, que tem se consolidado como um polo da bioeconomia.
Os parceiros do Fundo Vale Cubo Itaú, KPTL, Ecosecurities, Instituto Ekos Brasil e Suzano Ventures no programa Desafios Floresta & Clima, Edição Carbono foram essenciais para a elaboração de análises do mercado de carbono, fornecendo insights valiosos sobre os diversos atores e etapas do processo, desde o desenvolvimento de projetos até a comercialização dos créditos. Com sua expertise, eles ajudaram a identificar oportunidades e desafios, assegurando que as soluções propostas fossem de alta integridade e gerassem impactos socioambientais positivos. A PipeSocial, por meio do PipeLab, foi responsável pela análise do estudo. “A colaboração dessas organizações ajudou ampliar a visão do Fundo Vale sobre o ecossistema de carbono e fortalecer nossa atuação comprometida com a promoção de de um modelo econômico mais sustentável, justo e equitativo”, afirma Laubenheimer.
Acesse o estudo aquiOrientação para pequenos e médios produtores
A segunda publicação – “Do Campo ao Carbono “, realizada pela Way Carbon, visa orientar pequenos e médios produtores rurais a adotarem práticas sustentáveis e acessarem o promissor mercado de créditos de carbono. Com foco na geração de fonte adicional de renda e promoção da proteção e recuperação de áreas por meio de práticas agropecuárias sustentáveis, o material oferece informações práticas para que esses produtores possam contribuir ativamente para a mitigação das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, melhorar a produtividade em suas propriedades.
O material explica como as atividades humanas aumentam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e analisa os impactos das mudanças climáticas no setor agropecuário, incluindo a escassez de água e a proliferação de pragas. Outro ponto importante é a identificação das principais fontes de emissão de GEE e a relevância dos reservatórios de carbono, como solo e vegetação, na captura de CO₂.
A cartilha oferece uma introdução ao mercado de carbono, detalhando os critérios para a participação de produtores rurais em projetos de geração de créditos, incluindo a regularização fundiária, a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e o compromisso de longo prazo com os projetos.
Por fim, oferece um guia prático para que os produtores possam identificar oportunidades, com orientações sobre o envolvimento com desenvolvedores de projetos e a avaliação de viabilidade. A publicação também apresenta exemplos de projetos de carbono bem-sucedidos no Brasil, como o reflorestamento com macaúba e a agricultura conservacionista, destacando os benefícios econômicos e ambientais dessas iniciativas.
Acesse a cartilha aqui