01/11/24

Painel ressaltou a importância de diretrizes claras, flexibilidade, confiança e colaboração entre as partes para potencializar as práticas de gestão e mensuração de impacto socioambiental 

Foto: Take/FIINSA  

Realizado na 3ª edição do FIINSA – Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis ​​na Amazônia – o painel Construindo o Impacto Coletivo: diferentes papéis na gestão e mensuração do impacto reuniu representantes de organizações parceiras do Fundo Vale para discutir abordagens e desafios na gestão do impacto socioambiental. Moderado por Elis Alquezar, sócia-consultora na Move Social, o diálogo contou com a participação de Nathália Cipoleta, da Gerência de Estratégia, Gestão e Impacto do Fundo Vale; Ude Lottfi, diretor de Operações da Climate Ventures e Ericka Oliveira, da área de Monitoramento e Avaliação de Impacto da Conexsus.  

Elis abriu o debate pontuando que, o último mapa de impacto socioambiental, produzido pela PIPE Sociale Base de Impacto, constatou-se que apenas 31% dos negócios possuem indicadores e objetivos de impacto definidos, mas ainda não os aplicam de maneira sistemática. Além disso, 27% dos negócios ainda não definiram seus indicadores, totalizando mais de 50% das organizações sem uma gestão de impacto consolidada. 

Nathalia Cipoleta destacou a importância de atuar em coalizões e construir capacidades para a geração e mensuração de impacto.  Ela mencionou que o Fundo Vale desenvolveu sua Teoria da Mudança em 2020, que serve como um guia para alcançar o impacto coletivo desejado pela organização. “Não dá para gerar impacto sozinho. A nossa principal motivação é essa: contribuir gerando e compartilhando conhecimento”, pontuou.  

Foto: Take/FIINSA 

Nathalia também falou sobre o modelo de gestão e mensuração de impacto desenvolvido pelo Fundo Vale, o GIMPACT, que “promove a articulação entre as partes”, permitindo que a organização e as iniciativas apoiadas por ela trabalhem em conjunto para medir e reportar impactos, além de construir capacidades dentro das organizações. 

Ude Lottfi trouxe exemplos de projetos que ilustram a complexidade de mensurar impacto, como a Plataforma Onda Verde e o projeto Amazônia em Casa, Floresta em Pé. Ele destacou a importância do diálogo e da flexibilidade, afirmando que “esse diálogo tem que existir em todas as camadas”, desde financiadores até os beneficiários finais.  

Erika também destacou a importância de envolver toda a equipe e os beneficiários no processo de mensuração de impacto. Ela mencionou que a Conexsus realizou a construção da Teoria da Mudança da organização, mas é uma ferramenta que precisa ser difundida internamente para que todos compreendam com maior profundidade a organização, o que acredita que facilitará o processo de coleta de dados e engajamento das iniciativas, reforçando os processos da gestão de impacto. 

Foto: Take/FIINSA 

Por fim, os participantes abordaram a necessidade de compartilhamento de dados e colaboração entre o ecossistema de organizações para maximizar o impacto coletivo. Nathalia destacou que o Fundo Vale está empenhado em processos internos de estruturação de dados e indicadores, compreendendo a complexidade desse processo, em um esforço de evolução da sua estrutura de gestão do impacto. Erika complementou, apontando que “talvez alinhar e centralizar metodologias” seja um caminho para superar os desafios.