Líderes do setor da mineração se reuniram com especialistas em sustentabilidade e organizações da sociedade civil para debater soluções que conciliem o desenvolvimento econômico, a redução das desigualdades e a proteção das florestas e da sociobiodiversidade
Realizada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em parceria com o Governo do Pará e com patrocínio da Vale, a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias reuniu cerca de 2.800 participantes de 11 países entre os dias 6 e 8 de novembro, em Belém (PA). O evento contou com a participação internacional de John Kerry (online), ex-secretário de estado dos Estados Unidos, e com a presença de Ellen Johnson-Sirleaf, ex-presidente da Libéria, primeira mulher no cargo no continente africano, e vencedora do Prêmio Nobel da Paz. Ao todo, foram mais de 50 horas de conteúdo, 25 painéis de apresentações e debates e 170 palestrantes, entre eles, Hugo Barreto, presidente do Fundo Vale, Patrícia Daros, diretora executiva do Fundo Vale e Márcia Soares, gerente Amazônia e Parcerias do Fundo Vale.
O painel “COP30 – O que vem por aí?” Reuniu líderes e especialistas para antecipar a temas estratégicos para a conferência que será realizada em 2025, em Belém. Hugo Barreto, presidente do Fundo Vale, participou do diálogo ao lado de Marina Grossi (CEBDS), Mauro O’ de Almeida (Advogado da União) e Thelma Krug (ex-INPE e MMA). Sob a moderação do professor da USP Paulo Artaxo, foram discutidos temas como transferência de tecnologia, justiça climática e transição ecológica. Os participantes refletiram sobre o legado esperado da COP30 e o caminho do Brasil para alcançar as metas de redução de emissões e cumprir os compromissos do Acordo de Paris.
A diretora executiva do Fundo Vale, Patrícia Daros, participou do debate “Restauração Florestal: Papel na Economia das Amazônias e na Neutralização das Emissões”, que também contou com a colaboração de Beto Verissimo (Imazon), Gregory Maitre (MORFO), Jafé Ferreira de Souza (Associação KAPI), Luis Piva (FAS) e moderação de Garo Joseph Batmanian, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) do Ministério do Meio Ambiente.
Entre os temas destruídos, destacaram-se a geração de empregos nas atividades de recuperação de áreas degradadas e o fortalecimento de uma base florestal sustentável, capaz de promover uma bioeconomia que valorize os recursos naturais. O painel também ressaltou a regeneração dos ecossistemas como um caminho essencial para alcançar as metas de conservação da biodiversidade e criar oportunidades de geração de renda vinculadas ao mercado de carbono. Além disso, foi enfatizada a importância de ações que incentivem investimentos e inovações tecnológicas, fundamentais para enfrentar os desafios ambientais.
Márcia Soares, gerente de Amazônia e Parcerias do Fundo Vale, participou do painel “A Nova Mineração em Uma Agenda Estruturante e de Desenvolvimento nas Amazônias”, ao lado de Anderson Martins (Hydro Mineração), Caio Luiz Carneiro Magri (Instituto Ethos), Guido Roberto Campos Germani ( Mineração Rio do Norte) e Neliton Marques da Silva, (UFAM), com moderação de Bruno Gomes, da HUMANA.“ O espaço foi importante para mostrar como o setor pode apoiar novos modelos econômicos na Amazônia que protegem e recuperam o meio ambiente, fortalecem as culturas locais e valorizam os ativos naturais e a sabedoria dos povos tradicionais”, disse Márcia.
No encerramento da conferência, Hugo Barreto falou em nome dos patrocinadores. O evento, segundo ele, permite chegar à COP30 com compromissos claros do setor de mineração com um mundo mais sustentável, com aspectos como descarbonização, combate às desigualdades, com a proteção florestal, entre outros temas. “Queremos estar juntos na discussão das soluções para um mundo melhor”, afirmou.
A diversidade do público, que colaborou com opiniões e propostas voltadas ao desenvolvimento sustentável da Amazônia, foi o ponto alto do evento, segundo Raul Jungmann, presidente do IBRAM. “Fica o legado, os produtos dos diálogos que foram promovidos nestes dias para encontrar caminhos, soluções para as dificuldades enfrentadas, bem como sobre o futuro da Amazônia”, disse.
Curadora da conferência, a ex-ministra do Meio Ambiente e Membro do Conselho Econômico e Social da ONU, Izabella Teixeira, falou sobre os passos seguintes ao evento, de olho na pauta da COP30. A ideia, agora, é que as várias Amazônias saiam daqui para conversar com os vários Brasis. A COP30, na verdade, já começou, no contexto de que as expectativas em torno de que as soluções do mundo para as questões climáticas também passam pelo Brasil e pela Amazônia. A região precisa ser vista na sua biodiversidade, mas que está muito fragmentada e precisa se reorganizar em torno desta agenda, em torno desta discussão estratégica do Brasil de ser um país contemporâneo”, concluiu.