A CocoaAction Brasil e World Cocoa Fundation promoveram, em Ilhéus, o Fórum Anual do Cacau, um dos maiores eventos de sustentabilidade do cacau no Brasil. O Fundo Vale participou da palestra sobre “Desafios sociais e promoção de ações para o desenvolvimento da cacauicultura”.
O 6º Fórum Anual do Cacau, promovido pelo CocoaAction Brasil, em parceria com Sebrae e Grupo M21, em Ilhéus (BA), superou todas as expectativas. Encerrado no dia 21 de julho, o evento bateu recorde de público, com mais de 900 participantes, entre produtores de cacau, técnicos, entidades, indústria, governo e especialistas que se reuniram para discutir a demanda global por sustentabilidade, manejo eficiente de cabrucas, adubação, prevenção da monilíase, entre outras iniciativas para alavancar a produtividade e a rentabilidade dos produtores.
Destaques do evento:
SUSTENTABILIDADE: Thais Ferraz, do Instituto Arapyaú, abordou a urgência de se combater as mudanças climáticas, fazendo a transição para uma economia de baixo carbono. Ela focou nos negócios verdes, que tem impulsionado projetos de restauração da biodiversidade, o que é uma oportunidade para o cacau, geralmente cultivado em sistemas agroflorestais, na Amazônia, e na Mata Atlântica, na Bahia.
COOPERATIVISMO: Renato de Melo, da Coomap, enfatizou a importância do cooperativismo, sobretudo para os pequenos agricultores. Ele frisou que a cooperativa tem o papel de facilitar e proporcionar segurança e eficiência ao negócio dos seus cooperados. “União, assistência técnica e uma diretoria profissional colocaram a Coomap em outro patamar. O faturamento em café saltou de R$ 4,9 milhões em 2006 para R$ 280 milhões em 2022 com o mesmo quadro de cooperados”, diz.
INVESTIMENTO DE IMPACTO: “É um tipo de dinheiro preocupado em gerar duas coisas juntas: retorno financeiro e transformação social e/ou ambiental”, explicou Daniel Brandão, da Vox Capital. Um bom exemplo é o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) Sustentável, lançado pela Tâboa em 2020, que levantou R$ 1 milhão e beneficiou 290 produtores de cacau. “Acreditamos que o acesso ao crédito deve vir junto com a assistência técnica”, diz Roberto Vilela, da Tabôa, que em breve deve lançar um novo CRA de R$ 7 milhões.
ASSISTÊNCIA TÉCNICA: É a peça-chave para o desenvolvimento da cadeia. Neste contexto, destaca-se o Cacau Mais, programa do Ciapra, consórcio que reúne 14 municípios do Baixo Sul na Bahia, que atualmente atende 2.400 agricultores familiares e tem por objetivo elevar a produtividade do cacau (de 14 arrobas para 80 arrobas por hectare em três anos).
CASO DE SUCESSO: A apresentação da produtora Rosana Leite e seu marido Gilson foi o ponto alto do 2º dia do Fórum. “A nossa vida se define em antes e depois do Cacau Mais”, diz Rosana, que tem 3 hectares com cacau. Segundo ela, o programa, além de fornecer análise de solo, calcário e gesso, ensina como manejar a lavoura, o que transformou a propriedade, e fez com que a família saísse de uma produtividade de 35 arrobas/ha para 100 arrobas/ha em 2022.
MONILÍASE: O Brasil era o único país produtor de cacau sem a ocorrência da doença, mas o fungo foi identificado no Acre em 2021. “É difícil eliminar, mas é possível prevenir e controlar a doença, que pode causar perdas de 20% a 90%”, alertaram os palestrantes. Entre as dicas para a prevenção, está o manejo adequado do ambiente para diminuir a umidade, eliminar os frutos contaminados e aplicar ureia.
A 6ª edição do Fórum Anual do Cacau ocorreu nos dias 20 e 21 de julho, dentro da programação do Chocolat Festival Bahia. O Fórum é um evento organizado anualmente pela iniciativa CocoaAction para unir os atores da cadeia, disseminar conhecimento, promover diálogo, trocas e conexões.
Fonte: Assessoria CocoaAction Brasil